Currículo

A Casa Viva compreende o currículo como agenciamento. Trata-se de uma produção de singularidades. O tradicional currículo prescrito dá lugar a um currículo porvir, um currículo que tenha como compromisso despertar as potencialidades de todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem.

Mas afinal, o que compõe um currículo?

A questão não seria mais a de saber se esse ou aquele problema está dentro do domínio do currículo ou não, mas, antes, de experimentar no currículo, de experimentar com o currículo, de fazê-lo entrar em novos agenciamentos, sem procurar conformá-lo a uma definição prévia. O novo agenciamento assim obtido não passaria de mais uma parte, de mais um rizoma. (GAUTHIER. C. pp. 14. 2002)

Quando falamos de currículo escolar é corrente a ideia de uma lista de competências e habilidades prescritivas e que devam ser cumpridas rigorosamente.

Para além do caráter normativo do currículo, a Casa Viva trabalha a partir da ideia de “agenciamento curricular”, o que permite encontros com saberes e habilidades surgidas ao longo do caminho.

A gestão das competências e habilidades passa pela concepção do mundo como currículo e da necessidade de uma escuta atenta e ativa ao cotidiano e à diversidade de uma sala de aula.

Apresentaremos aqui 3 dispositivos utilizados para executar o currículo na Casa Viva

Para ler o artigo sobre o currículo escolar escrito por nosso professor Christian Bravo, clique aqui >>

Trabalhos de Campo

A Casa Viva acredita que uma educação integral tem que assumir para si o compromisso de encontrar o mundo. Para além dos muros da escola e da aprendizagem no ambiente escolar, a Casa Viva procura gerar experiências transformadoras, onde a vivência e o contato com questões do mundo contemporâneo são construídos em contato com o real. É neste sentido que a Casa Viva acredita que a cidade é nosso maior currículo. Um currículo aberto e em rede de constantes transformações.

Ao estudar a mobilidade urbana, para além de referências teóricas, é preciso experienciar a cidade. Os desafios e problemas reais, como se apresentam no dia a dia. Belo Horizonte é uma cidade pulsante e permeada por riquíssimas oportunidades de aprendizado. Da arquitetura que reconta a história do século XX aos museus, de seus rios submersos ao fenômeno da verticalização urbana.

Do Curral Del Rey à importante capital, buscamos compreender a história da cidade, dentro da cidade. frequentando e compreendendo os espaços onde a história se deu, bem como ampliando suas relações para uma ampla compreensão do fenômeno urbano.

Para além da capital…

São Paulo, Ouro Preto, Mariana, Diamantina, Cordisburgo, Sabará, São João Del Rey e tantas outras cidades também são objetos de nossos trabalhos de campo. Seja uma ida a São Paulo para compreender o processo da arte moderna por meio de um circuito guiado,seja uma visita à Ouro Preto para estudar a inteligência africana no processo de mineração ou a residência temporária de uma semana de imersão em uma comunidade quilombola a fim  de compreender e vivenciar o modo de vida local, acreditamos que não há teoria que substitua o corpo presente. Por isso a Casa Viva busca sempre proporcionar o encontro do sujeito com ambientes diferentes e que desafiem e instiguem o olhar.

Galeria

Assembleias

Diálogo, democracia, criação de um espaço de questionamentos e decisões coletivas.

A ideia e o desejo de fortalecermos o diálogo coletivo no cotidiano interno da comunidade escolar encontraram abrigo nas sessões de assembleias promovidas pela escola. A assembleia é um mecanismo democrático que devolve a todos os cidadãos presentes no dia-a-dia escolar o direito à voz e à opinião, o que resulta numa consciência sócio-política de que cada um de nós somos responsáveis pelas transformações do lugar em que vivemos. Nesse espaço, cabem os diversos questionamentos, debates e decisões coletivas. Um espaço de aprendizado comunitário.

Desde a Educação infantil as crianças na Casa Viva acostumam a conversar sobre dificuldades, e desejos, ou qualquer outro assunto que possa interessar à pequena turma auxiliada pela professora regente.

No ensino fundamental I existem encontros entre as diferentes turmas e professoras para discutirem e debaterem pautas tais como respeito, zelo, solicitações e combinados coletivos. Durante o ano, a qualquer momento esse espaço pode ser reivindicado e contam com o apoio dos docentes e grupo gestor.

No ensino fundamental e médio, as assembleias ganham um formato mais articulado e protagonizado pelos alunos.  A convocação de uma assembleia parte de uma  prévia inclusão de pautas por qualquer aluno, funcionário ou professor;na data marcada e reunidos na galeria, alunos conduzem a sessão anunciando as pautas, mediando as questões e relatando as decisões deliberadas.

As assembleias acontecem normalmente de 15 em 15 dias, ou conforme as demandas. As pautas são preenchidas à mão e ficam expostas em local público, visível e de fácil acesso a todos da escola. As assembleias acontecem em rodízio e podem ocupar um horário de qualquer disciplina.

Currículo Educação Infantil

A educação Infantil passa a ser organizada visando o atendimento aos direitos de aprendizagem definidos pela Base Nacional Comum Curricular: conviver, brincar participar, explorar, expressar e conhecer-se, organizados em torno dos campos de experiência:

O Campo O eu, o outro e o nós é o campo que se dedica às relações interpessoais e ao cuidado com o próprio corpo. Nesta etapa do desenvolvimento, a criança vive as primeiras experiências sociais fora do núcleo familiar. Na vivência escolar ela se vê diante de sujeitos de experiências, habilidades e desejos diversos e é convidada, constantemente, a se colocar no lugar do outro, esperar a vez, desenvolver a empatia, defender suas ideias, perceber e respeitar a diversidade do grupo e valorizar sua própria identidade.

As crianças, desde o nascimento, movimentam-se e seus movimentos se aprimoram a cada dia por meio de experiências. Desse modo, o trabalho com experiências corporais na Educação Infantil deve propiciar à criança a ampliação das possibilidades expressivas de seu corpo e o desenvolvimento de aspectos ligados à sua motricidade.

A linguagem artística da criança é influenciada pela cultura, seja por meio de materiais com que realiza suas produções, por imagens, sons ou elementos de produção artística: desenho, ilustração, gravura, pintura, bordado, escultura, construção, fotografia, cinema, televisão, computação, dentre outras. O importante é possibilitar à criança viver experiências com a música, a pintura, a escultura e outras formas artísticas como a dança, a literatura e o teatro. Essas modalidades integram aspectos sensíveis, afetivos, intuitivos, estéticos e comunicativos, contribuindo para o desenvolvimento da sua sensibilidade estética, criatividade e expressão pessoal, afirmando sua singularidade e “ressignificar a cultura”.

As crianças são desafiadas em suas formas de comunicar a partir do momento em que nascem: ao interpretar o olhar do adulto, suas expressões faciais, posturas corporais, ao chorar, fazer sons e até mesmo com os movimentos do próprio corpo. Aos poucos vão desenvolvendo formas mais elaboradas de compreenderem o mundo e de se fazerem entender.

Desde pequenas, as crianças se veem inseridas em um mundo cercado de fenômenos físicos, naturais e socioculturais que se operam e regulam entre lógicas, tempos e espaços. Nas experiências cotidianas, as crianças vão percebendo que os acontecimentos e objetos do mundo que as cercam não estão livres dessa lógica. Com os olhos atentos e a mente curiosa, a meninada percebe que as coisas do mundo estão em relação, e que cada ação gera um efeito e/ou resultado. Desde distribuir os pratos para quem vai almoçar (Quantos pratos? Quantas pessoas? Sobrou? Faltou?), até um jogo de tabuleiro com regras, previsões de jogadas e quantidade de pontos, a meninada está construindo seu pensamento analítico e fundando conceitos matemáticos.

Orientado por esses eixos, o currículo da Educação Infantil é integrado também pelas disciplinas:

Na Casa Viva acreditamos que, na Educação infantil, o trabalho de Artes Visuais deva atuar na criação de momentos em que as crianças possam descobrir, experimentar e exercitar toda complexidade da sua percepção e imaginação.

É importante no processo de Musicalização o contato com diversas maneiras do fazer musical: desde a apreciação auditiva até a manipulação sonora de objetos e partes do corpo para uma produção de diversos sons. O discurso é estabelecido a partir da compreensão de elementos que constituem o som e seus componentes (altura, intensidade, duração e timbre), além do aspecto expressivo da musicalidade como elemento artístico.

A Educação Física, no contexto da Educação Infantil na Casa Viva, contempla múltiplos conhecimentos referentes ao corpo e ao movimento, tendo a capacidade de propor atividades que, com seu caráter lúdico, contribuem para o desenvolvimento psicomotor e fortalecem as interações sociais dos nossos alunos.

A disciplina especializada Educação para a terra acontece na Casa Viva desde a sua criação e consta no currículo como uma escolha da escola, realizando uma aposta no olhar ampliado da comunidade escolar para as questões ambientais.
A disciplina propõe realizar no cotidiano, a efetivação de práticas e princípios essenciais no cuidado com as pessoas e com o entorno (nos âmbitos singular e universal), de modo a contribuir e redistribuir os diversos recursos disponíveis. As atividades e as trocas de saberes têem o intuito de aplicar e ampliar a realização de ações cotidianas e contínuas, que promovam mudanças significativas, benéficas e coerentes com os princípios ambientais e relacionais, como, por exemplo, a eliminação da produção de lixo, a valorização do sistema agroecológico, a efetivação dos ciclos de matéria orgânica e dos recursos naturais, a cooperação, a produção de alimentos, as possibilidades das diferentes moedas de troca, a partilha do espaço familiar/coletivo, o equilíbrio entre as relações humanas, sociais e ambientais, entre outros.

As práticas de Kundalini Yoga que fazem parte do currículo da Educação Infantil da Casa Viva são um convite à criança para se relacionar com sua mente,corpo, sentimentos e emoções.

Através de brincadeiras, histórias, jogos, sensações, desafios e muita alegria, elas fazem pranas e pranayamas (poses e exercícios respiratórios), para relaxar num ritmo natural entre a contenção e a expansão.

Currículo Fundamental 1

O currículo da Casa Viva para o Ensino Fundamental anos iniciais atende à Base Nacional Comum Curricular, relativa às disciplinas tradicionais do Ensino Fundamental, abordadas segundo um enfoque globalizador, que permite a discussão de questões relacionadas ao mundo contemporâneo, tais como: questões relativas ao meio ambiente, à saúde, à produção e o consumo de diferentes formas de energia, ao mundo do trabalho, à ética nas relações interpessoais e nas relações internacionais, aos problemas nacionais, às questões econômicas, ao fenômeno do consumismo, aos direitos civis, políticos, sociais essenciais à construção da democracia etc.

O processo de alfabetização e consolidação dos códigos e símbolos que compõem a língua portuguesa é um dos eixos estruturantes do trabalho na Fase 3. Compreender as diversas linguagens verbais e não-verbais, e ter a possibilidade de experienciar seu uso nas relações cotidianas é fundamental para uma aproximação saudável e potente das linguagens.

A finalidade é possibilitar aos estudantes participar de práticas de linguagem diversificadas, que lhes permitam ampliar suas capacidades expressivas em manifestações artísticas, corporais e linguísticas, como também seus conhecimentos sobre essas linguagens, em continuidade às experiências vividas na Educação Infantil.” (BNCC, 2017)

A BNCC orienta-se pelo pressuposto de que a aprendizagem em Matemática está intrinsecamente relacionada à compreensão, ou seja, à apreensão de significados dos objetos matemáticos, sem deixar de lado suas aplicações. Os significados desses objetos resultam das conexões que os alunos estabelecem entre eles e os demais componentes, entre eles e seu cotidiano e os diferentes temas matemáticos.

É necessário oferecer contextos e oportunidades para que os alunos possam interpretar e descrever ideias matemáticas, verbalizar os seus pensamentos e raciocínios, apresentar hipóteses, ouvir as ideias dos outros, argumentar, criticar, negociar o significado das palavras e símbolos usados, reconhecer a importância das definições e assumir a responsabilidade de validar seu próprio pensamento.

Ao longo de toda a Educação Básica, o ensino das Ciências Humanas deve promover explorações sociocognitivas, afetivas e lúdicas capazes de potencializar sentidos e experiências com saberes sobre a pessoa, o mundo social e a natureza. Dessa maneira, a área contribui para o adensamento de conhecimentos sobre a participação no mundo social e a reflexão sobre questões sociais, éticas e políticas, fortalecendo a formação dos alunos e o desenvolvimento da autonomia intelectual, bases para uma atuação crítica e orientada por valores democráticos.” (BNCC, 2017)

A aproximação das crianças ao universo de pesquisa e pensamento das ciências humanas é fundamental para a Casa Viva. Este processo pode se dar por meio de projetos específicos ou alinhados a outras áreas de conhecimento. Compreender a história, a geografia, se deparar com questões sociais e antropológicas abrem à criança a possibilidade de pensar o mundo atual e outros modos de existência possíveis.

Ao longo do Ensino Fundamental, a área de Ciências da Natureza tem um compromisso com o desenvolvimento do letramento científico, que envolve a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das ciências. (…) Nessa perspectiva, a área de Ciências da Natureza, por meio de um olhar articulado de diversos campos do saber, precisa assegurar aos alunos do Ensino Fundamental o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como a aproximação gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica.” (BNCC, 2017)

As crianças nesta faixa etária possuem de forma muito intuitiva um grande interesse pelas ciências da natureza, que podem ser desenvolvidas por meio de projetos específicos ou alinhados a outras áreas de conhecimento. O olhar atento para os fenômenos naturais são inesgotável fonte de curiosidade e questionamentos. A aproximação do método de pesquisa da biologia, da física, da astronomia e da química se dão por meio de experiências que desmistificam e abrem um amplo leque do olhar investigativo das crianças para o mundo ao seu redor, sempre com respeito à ética e rigor que fazem parte destas áreas de conhecimento.

O currículo do Fundamental 1 é integrado também pelas disciplinas:

No ensino fundamental I, os alunos avançam no conhecimento das linguagens e para essa idade a Casa Viva propõe uma nova organização das disciplinas de Arte. Durante o ano são oferecidas Artes Visuais, Música, Teatro e Dança. Ao longo do ano letivo, cada turma tem duas experiências artísticas diferentes, mudando de modalidade no fim do primeiro semestre, proporcionando quatro diferentes vivências artísticas no decorrer de todo ensino fundamental I.

Artes Visuais

Na Casa Viva acreditamos que o trabalho de Artes Visuais no Fundamental 1 deva atuar na criação de momentos em que as crianças possam descobrir e experimentar toda a complexidade da sua percepção e imaginação; abrindo espaços para a expressão da subjetividade, para a importância de olhar para as coisas e também para a descoberta, por meio dessas experiências, da sua individualidade – valorizando a sua forma única de representar e perceber o mundo.

Dança

Nas aulas oferecidas para as crianças do Fundamental 1, buscamos ampliar o entendimento de dança para uma maneira de perceber e agir. A partir dessa premissa, a atenção se desloca de quem consegue fazer o que, e quem não consegue, para a capacidade de reconhecer diferentes movimentos e de como, com os corpos que somos, podemos nos engajar com esses movimentos, ampliando nossa percepção e nossa capacidade de produzi-los.
Trata-se, dessa maneira, de ampliar nosso repertório de movimentos, explorando possibilidades de tradução, apropriação, subversão e invenção, tendo a cultura dançada como um campo de investigação aberto e sempre em construção.

Música

A proposta das aulas de Música no Fundamental 1 visam beneficiar as áreas cognitivas e motoras dos alunos. Por meio da música e seus elementos, busca-se trabalhar o raciocínio lógico e rápido com jogos, brincadeiras e dinâmicas; aperfeiçoar a coordenação motora, lateralidade e a matemática rítmica; estimular discussões temáticas, relacionadas à inclusão e respeito à diversidade; desenvolver pesquisas relacionadas à Cultura Popular, salientando o trabalho em equipe; criar um canal pela via artística que possibilite a expressão e manifestação dos sujeitos, através de um repertório musical da escolha dos alunos e a apropriação e utilização de meios que auxiliem o acesso à cultura e a expansão de possibilidades e potencialidades.

Teatro

A disciplina de teatro da fase 4 foi organizada buscando atender os objetos de conhecimentos previstos pela Base Nacional Curricular, que prevê no teatro: Processos de Criação,Elementos da Linguagem, Contextos e Práticas.

Na Casa Viva, o ensino de espanhol está direcionado para a sensibilização intercultural e o contato das crianças com a composição linguística – audiovisual e escrita – do idioma estudado.
Muitas atividades são pensadas com a finalidade de desenvolver as habilidades comunicativas das crianças em espanhol, tais como: OUVIR com compreensão, FALAR com clareza, LER diferentes textos e comandos, e ESCREVER pequenas frases. Entretanto, nosso objetivo maior é que a aprendizagem seja significativa, leve e espontânea. Acompanhando o ritmo de cada aluno/aluna. Deixar cada criança falar/escrever “seu espanhol” particular – o que chamamos de interlíngua ou “portunhol” – o que é um importante estágio para que ela aprenda a se comunicar por meio de um novo idioma e gradativamente aprimorar seus conhecimentos linguísticos interculturais.

A Educação Física, no contexto escolar da Casa Viva, contempla múltiplos conhecimentos referentes ao corpo e ao movimento, tendo a vantagem de promover atividades que, pelo seu carácter lúdico contribuem para o desenvolvimento psicomotor e assim, promovem a comunicação, através das interações sociais em que a criança vai construindo a sua linguagem.

Com o apoio das atividades físicas, exploramos diversos aspectos da interação entre os alunos, em um contexto lúdico e fora da sala de aula. Desse modo, a Educação Física oferece experiências concretas e necessárias às abstrações e operações cognitivas, favorecendo, simultaneamente, a adaptação da criança ao contexto escolar.

Nossos conteúdos promovem a cooperação nos jogos e exercícios entre as crianças, o que lhes permitem compreender e aplicar as regras combinadas, bem como os princípios de cordialidade e respeito nas relações sociais.

O trabalho de introdução à Filosofia tem por objetivo criar um espaço onde as crianças possam exercitar a habilidade já tão presente nelas, de fazer perguntas e criar respostas de forma criativa e com respeito ao coletivo. Exercitando a lógica como um jogo de construção cognitiva, buscamos por meio dos mais diversos temas e interesses, a experiência do pensamento filosófico. O impulso da curiosidade como motor de questionamentos e principalmente a escuta da hipótese do outro, criam uma comunidade de investigação onde a ética e o respeito andam sempre de mãos dadas.

A Educação para a Terra é uma disciplina oferecida para as crianças do Fundamental 1 na Casa Viva desde a fundação da escola, e consta no nosso currículo como uma escolha consciente, apostando na necessidade de uma educação para as questões ambientais.

A disciplina propõe realizar no cotidiano, práticas e princípios essenciais no cuidado com as pessoas e com o entorno – de forma singular e universal, de modo a contribuir e redistribuir os diversos recursos disponíveis. As atividades e as trocas de saberes tem o
intuito de aplicar e ampliar a realização de ações cotidianas e contínuas que promovam mudanças significativas, benéficas e coerentes com os princípios ambientais e relacionais, como, por exemplo, a eliminação gradual da produção de lixo, a valorização do sistema agroecológico, a efetivação dos ciclos de matéria orgânica e dos recursos naturais, a cooperação, a produção de alimentos, as possibilidades das diferentes moedas de troca, a partilha do espaço familiar/coletivo, o equilíbrio entre as relações humanas, sociais e ambientais.

As práticas de Kundalini Yoga que fazem parte do currículo do Fundamental 1 da Casa Viva, são um convite à criança para se relacionar com sua mente, corpo, sentimentos e emoções.

Através de brincadeiras, histórias, jogos, sensações, desafios e muita alegria, elas fazem pranas e pranayamas (poses e exercícios respiratórios), para relaxar num ritmo natural entre a contenção e a expansão.

Compreendemos que a criança, para se conhecer e se relacionar com o mundo de maneira saudável, precisa desenvolver valores importantes e, por isso, buscamos oferecer a ela o contato com a disciplina interna, a reverência, a verdade, a coragem, a pureza, a força e a graça.

As aulas facilitam a consciência corporal e a coordenação motora. Proporcionam também momentos seguros para que a criança entre em contato com desafios, com frustrações e com o desconhecido, sendo incentivada a desenvolver formas saudáveis e éticas de lidar com tais experiências. Assim tem a oportunidade de aplicar valores, enquanto cresce e ancora a sua habilidade de realização, de autenticidade, de comprometimento, de destemor, de criatividade, de empatia e de um profundo senso de respeito por si, por tudo e por todos.

Fundamental 2 e Ensino Médio

Núcleo comum

Assim como em toda a trajetória escolar da Casa Viva, organizamos a nossa REDE CURRICULAR de acordo com a BNCC em núcleos de trabalho por área:

– Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e Matemática

O trabalho das Ciências e Matemática nas Fases 5 e 6 tem o objetivo de despertar no estudante o espírito investigativo tão necessário ao desenvolvimento e formação científica e da compreensão da lógica e pensamento matemático. Por meio de trabalhos integrados e contextualizados com o cotidiano, por meio de uma aprendizagem centrada em eventos, a experiência do estudante passa por compreender o sentido e significado de conceitos, métodos e ideias da ciência teórica, da matemática e suas contribuições e desafios ao longo da história.

– Ciências Humanas: Filosofia, Sociologia, História e Geografia

As ciências humanas na Casa Viva têm, como espinha dorsal, o desenvolvimento da autonomia e liberdade de pensamento, bem como a capacidade de análise política, social e filosófica da história e dos fenômenos do mundo contemporâneo. Apresentamos aos estudantes os conceitos e contextualizações das ciências humanas ao longo da história, por meio de uma criteriosa bibliografia e material de apoio.
O debate e a diversidade de pensamento são valorizados a fim de construir uma educação não colonial, aberta às diferenças e pronta para encarar os desafios interpretativos que o mundo moderno nos coloca.

– Linguagens: Literatura, Português, Educação Física, Inglês, Artes(Teatro, Audiovisual e Artes Visuais)

A área de Linguagens na Casa Viva busca oferecer ao estudante amplas possibilidades de expressão, criação e interpretação dos mais diversos textos e mídias que permeiam o dia a dia. Da análise literária à produção dos mais diversos formatos de texto, da compreensão orgânica da gramática e suas regras nos mais diversos suportes, acreditamos que é papel da escola do século XXI, dialogar com os suportes clássicos dos textos bem como a interpretação e compreensão das novas mídias digitais e seus desafios.

Entendemos também a arte como lugar de privilégio da experiência da linguagem. Com experiências que passam pelo teatro, pelas artes visuais e pelo audiovisual, a decodificação de códigos das áreas, técnicas, história e processos criativos têm primazia na trajetória do estudante.

A educação física compõe também a área de linguagens. Entendemos que o corpo, a alimentação, o movimento e as possibilidades de expansão corporais por meio dos esportes, da consciência corporal, entendendo suas potências e fragilidades são essenciais para uma existência mais plena e saudável.

Por fim, a experiência da língua inglesa no Fundamental II e Ensino Médio têm a perspectiva de uma imersão cultural na língua inglesa, compreendendo a cultura da língua, bem como seus aspectos geopolíticos e importância central no mundo moderno.

Conheça abaixo um pouco de nossa proposta para cada disciplina que compõe nosso núcleo comum na rede curricular para o Fundamental 2 (Fase 5)

Artes Visuais

As dimensões de conhecimento constituinte da área do conhecimento das Artes Visuais, segundo a BNCC, se organizam nos eixos: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão.

Nessa perspectiva o planejamento da disciplina na Fase 5 busca trazer pontos de partida para o exercício da criação e da criatividade, oferecendo dispositivos para que os alunos possam se deslocar, ampliar seu repertório técnico e cultural e construir ferramentas para a aquisição de conhecimentos em Artes Visuais.

 

Teatro

Os encontros teatrais promovem uma comunicação artística imediata em que um ser humano observa o outro ser humano e interage criando novos sentidos individuais e coletivos e um maior entendimento do lugar que ocupa.
O Teatro na fase 5, tem a duração de 1 semestre, prossegue as propostas iniciadas nas fases anteriores do turno da tarde como a utilização de exercícios e jogos teatrais. Estes dispositivos possibilitam ao aluno, já mais amadurecido, colocar em prática seu repertório de compreensão da vida e da sua formação cultural.

Audio Visual

A disciplina de audiovisual tem como objetivo iniciar os alunos no universo da produção visual contemporânea, tendo sempre como objetivo a produção de um pequeno filme em conjunto, de autoria da turma. O processo sempre incluiu: produção de argumento, elaboração de roteiro, planejamento de filmagem, interpretação para vídeo, execução de projeto, edição, produção de trilha sonora, análise e crítica da produção audiovisual.

A Educação Física no Ensino Fundamental da Casa Viva, se apropria de componentes da cultura corporal de movimento (jogos, brincadeiras, atividades esportivas) como forma de promover o desenvolvimento pessoal de nossos alunos.
Ela possui um duplo papel de formação, sendo possível construir uma educação para o lazer e pelo lazer.
Na perspectiva da educação para o lazer, visamos educar o aluno para sua participação contínua nas atividades físicas, evidenciando a importância disso na sua construção de vida.

Já em uma educação pelo lazer, os jogos, as brincadeiras e a prática esportiva se tornam instrumentos de desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e sociais.

Dessa forma, com seu caráter lúdico, a Educação Física contribui para o desenvolvimento psicomotor e fortalece as interações sociais dos nossos alunos.

 

A proposta de linguagens, no fundamental 2, organiza-se em torno dos gêneros textuais. É a partir deles que os campos previstos na BNCC são trabalhados. Todo o trabalho visa contemplar as ações a seguir: falar, ouvir, ler e escrever com adequação da norma culta e respeito aos contextos das variantes linguísticas, a diversidade é a riqueza da língua portuguesa brasileira. Buscamos permanentemente uma qualificação dessas ações, utilizando os campos de prática de linguagens para esse fim: o campo jornalístico-midiático, o campo artístico-literário e o campo de atuação na vida pública. O campo das práticas de estudo e pesquisa, soma-se a esses nos anos seguintes. A ênfase no campo artístico-literário deve-se ao poder do texto literário em mobilizar leitores e estimular a criação de outras linguagens e suas mensagens.

A proposta do Ensino de Língua Inglesa da Casa Viva se baseia na abordagem histórico-cultural para o ensino de idiomas. Tal proposta pretende decolonizar o ensino de Língua Inglesa abrindo mão da dicotomia Estados Unidos/Reino Unido e apresentando a diversidade do idioma em várias partes do mundo. O estudo é feito por meio de gêneros textuais e com eles trabalhamos as principais habilidades compreendidas pela BNCC. Além disso, a abordagem envolve o uso de diversas ferramentas virtuais que auxiliam o aluno em sua aprendizagem e estimulam a autonomia no aprendizado.

Propomos uma abordagem holística da educação matemática. O desenvolvimento do currículo de Matemática no ensino fundamental ll acontece de maneira “aproximativa”; onde os estudantes são constantemente encorajados e desafiados a construírem conhecimentos e conceitos matemáticos (BNCC). Assim, firmando em uma aprendizagem significativa, dia-a-dia, a matemática acontece pelos alunos e para as pessoas. A matemática é uma linguagem que todos podemos aprender. Consolidamos e aprimoramos os princípios básicos da Matemática, bem como a introdução e consolidação da álgebra e de suas abstrações;por meio de jogos (físicos ou eletrônicos), resolução de situações-problema, história e investigação matemática. Propondo sempre situações que prezam pelo desenvolvimento da criatividade, da capacidade de abstração e generalização. Assim, alcançaremos a construção de sujeitos conscientes da importância da matemática em nossas vidas.

O curso de Introdução à Filosofia para a fase 5 tem por objetivo ampliar o repertório de visão de mundo dos estudantes. Buscando sempre enxergar um tema, conceito ou situação como fenômeno a ser compreendido e debatido, a capacidade de escuta e formulação de hipóteses e ideias vão se consolidando em um amplo jogo lógico e dialético, onde o que interessa é antes o processo de construção que o resultado do mesmo.
Por meio de vídeos, música, notícias, textos literários e filosóficos, os estudantes vão sendo apresentados ao método de investigação filosófico. processo que se consolida na Fase 6.

A Geografia estuda a superfície terrestre e a distribuição espacial de fenômenos, a partir da análise da relação recíproca entre o homem e a natureza.
O processo de ensino-aprendizagem de Geografia da Casa Viva durante a fase 5, visa estimular o desenvolvimento do raciocínio espacial, além de tratar dos conceitos geográficos basais: espaço geográfico, território, paisagem, lugar, região. Mapas, fotografias, pinturas, filmes, literatura, ciência e tecnologia estão entre os recursos utilizados para embasar o conhecimento e aprendizado.
Os conteúdos e práticas propostos aos estudantes nessa fase, os estimulam a compreensão da sua realidade com um olhar crítico e analítico do mundo, a partir de estudos de caso, discussões, resolução de problemas, produção de materiais e jogos, para um aprendizado empírico e lúdico.

Na Fase 5 a abordagem da disciplina de História é realizada em distintas dimensões, fazendo interconexões entre épocas, lugares e situações diferentes. Explorando fontes diversas, segundo os eixos curriculares previstos para o segmento e valorizando o conhecimento prévio do aluno. Relacionando sempre o passado com o presente e procurando estimular o aluno a se posicionar diante das questões relevantes para sociedade contemporânea.

Superando a mera transmissão de conteúdos academicamente pautados, a proposta de ensino para as Ciências da Natureza na Casa Viva tem por objetivo fornecer ferramentas para o desenvolvimento do pensamento crítico e a capacidade de, por meio do avanço do conhecimento científico e tecnológico, pensarmos um futuro mais condizente com nossa cidadania global.

Conheça abaixo um pouco de nossa proposta para cada disciplina que compõe nosso núcleo comum na rede curricular para o Ensino Médio (Fase 6)

Artes Visuais

As dimensões de conhecimento constituinte da área do conhecimento das Artes Visuais se organizam nos eixos: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão.
Nessa perspectiva, o planejamento da disciplina na Fase 6 busca construir um espaço de criação aberto aos projetos individuais, intercalados por propostas coletivas que têem como objetivos o estímulo à expressão imaginativa e a ampliação de repertório por meio da experimentação de técnicas e estudos teóricos correlacionados.

Teatro

Na fase 6, o Teatro tem a duração de 1 ano em cada fase. Nessas fases, o Teatro na Casa Viva, propõe um aprofundamento maior, não somente dos exercícios e jogos teatrais, mas da experimentação da linguagem como campo de conhecimento e criação de significados, através de leituras dramáticas, experimentações cênicas e montagens teatrais.

Audio Visual

A disciplina de audiovisual na Casa Viva tem como objetivo a introdução dos alunos no universo da produção visual contemporânea. Ao longo do ano o aluno ter a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre fotografia, arte sonora e criação em vídeo. A ideia da disciplina é criar repertório visual e sonoro, proporcionar uma formação técnica básica nos campos propostos, mas principalmente é compreender os elementos básicos da linguagem audiovisual de maneira que seja possível ao aluno interpretar e produzir criticamente nesse campo. A disciplina aborda ainda o tema caro à contemporaneidade que é o uso das tecnologias digitais de comunicação, e dessa forma, tenta propor uma prática ética, criativa e responsável da mesma.

Sabemos que a adolescência é um período de formação de identidade, de construção da personalidade. É nesse momento que vários questionamentos surgem com relação ao corpo, aos valores existentes, ao seu lugar na sociedade.
E é pensando nisso, que a Educação Física no ensino médio busca, por meio de práticas inclusivas, auxiliar na formação de indivíduos responsáveis, autônomos, críticos, capazes de identificar e respeitar a diversidade presente no mundo em que vivemos.
Sempre com caráter lúdico, utilizamos de jogos, danças, lutas, esportes e brincadeiras, como ferramentas educacionais na tentativa de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e sociocultural dos nossos alunos.

Estudamos a língua portuguesa brasileira na Casa Viva de forma interativa com o mundo textual que nos cerca, considerando todo tipo de linguagens, códigos e símbolos – tanto a verbal como outras linguagens sensoriais (visual / sonora); interpretando as informações objetivas e suas inúmeras nuances de subjetividades.
Os Gêneros textuais literários e jornalísticos, em especial, permeiam nossas rodas de conversas e debates. Discute-se deste a estrutura, função e linguagem dos textos, como seu conteúdo e mensagens. O hábito de ler também se estende ao labor/sabor da literatura contemporânea com periódicos retornos aos clássicos.
Projetos literários são construídos ao início de cada ano e a cada etapa clubes de leituras aparecem. A curadoria se dá por intermédio de experiências literárias das professoras de líteratura, alunos e familiares, em um verdadeiro word in progress de leituras e estudos dos elementos da narrativa, contexto sócio-histórico, vanguardas etc. Os temas dos projetos literários vão desde biografias e autobiografias, até ficção científica, literatura afrodescendente, africana e indígena, romance social 30’ e literatura de terror. Formar leitores é um horizonte para onde vale a pena caminhar. Formar escritores, ouvintes e bons oradores, é uma emancipação comunicativa individual que repercute no social. Assim, trabalhamos as competências comunicativas da língua portuguesa com significado, de forma sensível e crítica e com aplicação na vida como ela é.

A proposta de Literatura, no Ensino Médio, vai para além da apresentação cronológica dos movimentos literários no Brasil. Ela visa a aproximação entre o jovem leitor e o campo artístico- literário. Campo esse concebido em todas as suas conexões e diálogos, da leitura de trechos de obras canônicas à literatura marginal periférica, do texto dramático ao rap, do repente ao slam. Num esforço sempre conjunto de atribuir sentido a leitura, criar repertório e identificar preferências, a partir da experiência leitora.

A proposta do Ensino de Língua Inglesa da Casa Viva para o ensino se baseia na abordagem sociocultural para o ensino de idiomas. Tal proposta pretende decolonizar o ensino de Língua Inglesa abrindo mão da dicotomia Estados Unidos/Reino Unido e apresentando a diversidade do idioma em várias partes do mundo. O estudo é feito através de gêneros textuais e com eles trabalhamos as principais habilidades compreendidas pela BNCC. Além disso, a abordagem envolve o uso de diversas ferramentas virtuais que auxiliam o aluno em sua aprendizagem e estimulam a autonomia no aprendizado.

Propomos uma abordagem holística da educação matemática. O desenvolvimento do currículo de Matemática do ensino médio acontece com a consolidação dos conhecimentos desenvolvidos no ensino fundamental, com ênfase ao 9° ano e sua ampliação; principalmente do pensamento algébrico e abstrato da Matemática.
Na Casa Viva priorizamos o ensino “aproximativo”, onde o estudante se depara com situações em que ele pode redescobrir conceitos e teoremas matemáticos, construindo,assim, um aprendizado significativo.
Aprende-se que a matemática é feita pelas pessoas e para as pessoas. Que todos podemos aprender e usufruir deste conhecimento, resolvendo situações problema e investigações matemáticas. É possível verificar a ação da matemática no mundo tecnológico em que vivemos, sendo crucial para todas as decisões políticas, sociais e econômicas tomadas na sociedade.
Pretendemos que nosso aluno termine o ensino médio usando também a matemática para analisar o mundo em que vive e assim agir sobre ele.

O curso de Filosofia e Sociologia para a fase 6 tem por objetivo ampliar o repertório de visão de mundo dos estudantes. Ampliando a experiência iniciada na Fase 5, buscamos sempre enxergar um tema, conceito ou situação como fenômeno a ser compreendido e debatido, tendo por base textos clássicos e contemporâneos da tradição das ciências humanas, o objetivo é que o aluno tenha contato com a escrita e métodos de pensamento da Filosofia e Sociologia, se tornando capaz de compreender e exercitar a especificidade e rigor desses discursos. Por meio de vídeos, música, notícias, textos literários e filosóficos, os estudantes vão sendo apresentados ao método de investigação filosófico, e instigados a utilizar a lente crítica de análise de mundo próprias destas áreas de conhecimento.

Os estudos de Geografia no Ensino Médio têm como objetivo aprofundar o conhecimento e a apropriação dos diversos espaços naturais e humanizados trabalhados no Ensino Fundamental. Assim sendo, é nesta fase que propomos a ampliação das discussões acerca de nosso papel na sociedade e na organização dos espaços políticos, econômicos, naturais, humanos e socioambientais, dentro e fora de nossas regiões de origem. Para a efetivação dessa proposta, lançamos mão de textos científicos, filmes, documentários, análise de noticiários com temas pertinentes aos estudados que são debatidos com as turmas, oportunizando a construção de habilidades relativas ao saber ouvir, construir argumentos plausíveis e convincentes que possam, confrontar visões e versões diferentes dos fatos discutidos, ampliando o debate, de modo respeitoso e honesto, aumentando o alcance e a construção de novas visões de mundo.

A história é uma disciplina que visa interpretar o passado humano através das visões diversas de várias culturas. Ela é fundamental para se entender a multiplicidade de povos ao longo do tempo nas Américas, África, Ásia, Europa e Oceania, sem estabelecer hierarquias entre as sociedades formadas por eles. A busca por interpretar o passado ocorre por meio do estudo da cultura material e imaterial constituída pelos diversos grupos que compõem as sociedades. A tentativa de conhecer o passado é uma forma de nos compreendermos no presente e assim almejar um futuro com mais igualdade social, respeitando, porém, as diversidades de pensamentos e visões de mundo.

As Ciências Biológicas abrangem um vasto conteúdo que inclui a origem da vida na Terra, seu desenvolvimento e o surgimento das intrincadas teias ecológicas, por meio da Evolução por Seleção Natural. Nesse espectro biológico contínuo, a Biologia localiza a humanidade, enquanto componente inseparável. Mais do que apresentar este vasto conteúdo, a proposta para o ensino de Ciências Biológicas na Casa Viva visa a apropriação, por parte do corpo estudantil, dos conceitos e ferramentas científicas, contextualizadas para uma prática cidadã global, pautada pelo pensamento crítico cientificamente alinhado.

O ensino de Física na Casa Viva se estrutura na concepção de processo educativo como encontro: de sujeitos – famílias, estudantes e professores – entre si e com o ambiente que os rodeia. Nesse sentido, assume-se que os conceitos e processos desse campo devem emergir desses encontros, que se iniciam nas aulas e permeiam outros espaços. Essa abordagem na Física é uma ferramenta que ajuda a lidar com questionamentos profundamente humanos, como os que se relacionam à nossa origem e a origem do universo. Contribui para compreender a natureza e a sociedade na qual estamos inseridos e intervir nela. Permite a inserção qualificada nos processos de comunicação na nossa sociedade e também a participação de forma crítica das tomadas de decisão na esfera política.

O estudo das ciências exatas tem sido, historicamente, um caminho árduo e muitas vezes descontextualizado, o que distancia os estudantes de uma área tão significativa. A estruturação do estudo de Química na Casa Viva busca não trabalhar tópicos individualizados e dispersos, pelo contrário, contextualiza o aprendizado no contexto histórico, tecnológico e humano e visa aproximar o estudante e o conteúdo da experiência de vida de cada indivíduo. Além das aulas teóricas a proposta abrange o ensino aliado à prática, tanto para despertar o interesse quanto para desenvolver o pensamento crítico e científico.

Currículo Fundamental 2 e Ensino Médio – Parte diversificada

As eletivas fazem parte da experiência democrática da Casa Viva, dessa vez no que diz respeito à formulação do currículo. A cada semestre as turmas se reúnem em grupos e assembleias com o objetivo de propor algumas ementas para a escola. É destinado um espaço no currículo que deverá ser ocupado por estas propostas. O papel da escola, por sua vez, é mediar essas propostas no sentido de torná-las viáveis, tanto no nível curricular (fazendo essas propostas conversarem com o currículo formal) como no nível prático dentro das possibilidades da escola. Nesse sentido, é um importante dispositivo de escuta e formação do corpo docente da escola, que a cada semestre deve renovar um diálogo intenso com seu corpo discente no sentido de reformular seus modos, abordagens, objetos do conhecimento, etc, de forma a tornar a escola sempre atenta, aberta, porosa ao tempo presente e às formulações do que lhe é contemporâneo.

Leia aqui o artigo de nosso professor Guto Borges sobre esse processo das eletivas.

O Seminário é um dispositivo que a Casa Viva criou para renovar sempre seu diálogo com a cidade e com as questões que lhe são exteriores. Uma vez por mês, em uma espécie de rodízio, cada núcleo (Linguagens, Ciências da Natureza ou Ciências Humanas) fica responsável por convidar pesquisadores, especialistas, atores sociais, personagens da vida social, etc, para darem uma palestra aberta ao bate-papo para toda a escola. É importante frisar que esse é um espaço que traz para a escola sempre uma novidade, um ar renovado no que tange a diversidade de saberes e faz alargar os horizontes tanto dos alunos quanto da instituição enquanto um espaço de transmissão de conhecimento.

A aula de Projetos é um campo do currículo da escola que se destina, em linhas gerais, ao ensino de metodologia de pesquisa. Trata-se de um acompanhamento metodológico semanal para pesquisas individuais, assim como de orientações específicas na área à qual o objeto de pesquisa de cada aluno se filia (Linguagens, Ciências da Natureza ou Ciências Humanas). No entanto, para além das instruções de ordem técnica, esse é um campo a que leva adiante a proposta das matérias Eletivas, apostando na capacidade dos alunos em formular objetos do conhecimento a partir de suas experiências individuais. É um exercício de descortinamento mas também de apropriação dos instrumentos necessários para a formulação do conhecimento científico. Esse ciclo se completa ao final do ano, quando a escola destina alguns dias para a apresentação destas pesquisas em uma espécie de seminário. Este seminário conta com convidados externos à escola que compõe uma banca examinadora. Nessa ocasião os alunos podem ao mesmo tempo compartilhar e entrar em contato com o trabalho dos colegas, testemunhando assim o próprio caráter social do conhecimento.

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