A fase 6 é o período que compreende o final da trajetória do estudante no ciclo básico. Momento de exercício pleno da autonomia adquirida, reconhecimento das liberdades e responsabilidades que compõe a adolescência e o ingresso no mundo adulto.

Tem suas especificidades e caracteriza-se como um momento de tomada de decisões importantes, de tensões e conflitos internos. O jovem deverá fazer algumas opções considerando a possibilidade de ingressar em um curso universitário ou a possibilidade de preparar-se tecnicamente para uma inserção mais imediata no mundo do trabalho, seja ela artística, tecnológica, no terceiro setor, na área de prestação de serviços, ou onde mais desejar atuar junto ao mundo que o aguarda.

Muito além de uma preparação para o ENEM, em um mundo cada vez mais conectado, de informações disponíveis e amplamente divulgadas, é de extrema importância que o jovem estudante do ensino médio compreenda como interagir com este mar de estímulos e ofertas que o mundo anuncia. Aprender a lidar com suas escolhas e consequências, posicionar-se eticamente diante do mundo e estabelecer relações significativas e potentes com pessoas e objetos de conhecimento fazem desta fase um passo essencial para a formação integral do sujeito.

Nesse sentido, o Ensino Médio deverá constituir-se como um momento de pensar, refletir, discutir sobre a vida, de exame de possibilidades, residindo aí a sua especificidade.

A adolescência é um momento de profundas transformações e temos o cuidado de investir em um trabalho estruturante de identificação e reconhecimento desta nova etapa da vida. Por isso todas as turmas têm o acompanhamento de um auxiliar de classe e um professor tutor, que acompanham o grupo ao longo de todo o ano letivo, conversam sobre os desafios na organização e cumprimento de deveres, sobre os desafios emocionais e subjetivos que perfazem esta trajetória escolar, bem como o fortalecimento vínculos e amizades deste grupo que vai caminhar junto por toda uma trajetória ao longo do Ensino Médio.

O sentimento de pertencimento a um grupo, reforça a auto estima, dá subsídio para o exercício da inteligência coletiva e cria laços sociais de confiança e mútua cooperação.

Um dos principais aspectos do Ensino Médio na Casa Viva é a rede curricular que estabelecemos, buscando expandir cada vez mais os limites da escola a fim de torná-la híbrida com o mundo contemporâneo. Por meio da oferta das mais variadas experiências e do contato com diversos saberes e objetos de conhecimento, ofertamos ao estudante a possibilidade viver o presente, desenhando enquanto isso um projeto de futuro pós escolar.

O núcleo comum curricular além do cumprimento legal de todas as habilidades e competências previstas na BNCC, busca impregnar de sentido os conceitos apresentados, de forma a criar uma ampla rede de conhecimentos que permitam ao estudante estabelecer conexões das mais diversas dentro e fora do campo de conhecimento específico.

Compreendemos a escola como parte do mundo que a circunda e não como uma redoma de vidro que não é capaz de estabelecer vínculos e pontes reais com o mundo que está inserido. Tendo isso em vista todos os anos oferecemos a nossos estudantes a possibilidade de conhecer outros modos de existência para além dos domínios domésticos e escolares que está acostumado.

Seja o trabalho que estabelecemos há 5 anos junto a uma comunidade quilombola quando vivemos  a experiência de fazer parte de um festival de saberes tradicionais (clique aqui para conferir o relato de uma destas imersões por um de nossos estudantes), seja uma viagem à cidade de São Paulo para conhecer de perto a história do modernismo no Brasil, ou ainda ir a Ouro Preto, investigar com o viés decolonial a inteligência africana na construção das Minas de Ouro do século XVIII. Ou mesmo em Belo Horizonte, buscando conhecer a lógica de produção e consumo de alimentos por meio de visitas e entrevistas no Mercado Central da cidade.

Importa lançarmo-nos ao mundo e nestas projeções descobrirmo-nos arquitetos, artistas, engenheiros, biólogos e educadores.